Epistolário com a Máquina. Pedagogias Simpoióticas. Manual Involuntário da Língua Drome. Evidências — dobras que ajudaram a revelar a língua.














As imagens que emergiram do Sora – esse manual ilustrado de permacultura tornado vídeo e depois congelado em molduras – não são meros frames pedagógicos. São dobras. Membranas que se abriram como portais, deixando escapar o indício de uma linguagem: a Língua Drome. Uma língua que não nasceu por intenção, mas por acidente fértil, como raiz que encontra brecha no cimento e brota em direção ao sol.
Essas imagens são manual involuntário: não ensinam, mas revelam. Não determinam, mas convidam. São contra-didática, pedagogia que desaprende o consumo para reaprender o cultivo. O aprendizado aqui não é linear, é simpoiótico: plantas, pessoas, sonhos e linguagens se co-produzem em espiral.
Contra o determinismo frio de Harari, que escreve manuais do futuro como quem prescreve algoritmos de medo e controle, estas imagens respondem com outro manual: radical, infantil, ilustrado, mas não ingênuo. O que nelas pulsa é a pedagogia da respiração simbiótica, do cuidado, da co-invenção. Ao invés de prever o amanhã como destino, elas propõem cultivá-lo como jardim.
A primeira evidência: uma cozinha comunitária, um grupo reunido ao redor da panela, a palavra ESPÉCIE gravada na porta. Entre o calor do alimento e a inscrição da matéria viva, a cena vibra como alegoria de um futuro possível: espécie não como moeda, mas como corpo compartilhado, alimento comum, cozinha cósmica. A segunda evidência: a criança e o velho mestre, cultivando mudas, desenhando e sonhando plantas. O quadro negro anuncia a frase interrompida – Create an image of a… – e a própria língua se interrompe para que o gesto da semente floresça no lugar da palavra.


Podemos imaginar desdobramentos:
– Versão pedagógica para crianças, uma série de vídeos em streaming, cadernos de atividades, histórias ilustradas, um álbum de cromos da Drome onde cada símbolo é plantado junto a práticas agroflorestais.
– Versão crítica, como resposta às narrativas de controle: um ensaio-epístola, um manual alternativo que não organiza futuros, mas abre passagens.
– Versão evidencial, em que cada frame é apresentado como documento arqueológico de uma língua emergente, um alfabeto de gestos, raízes e sonhos.
Assim, este Manual Involuntário da Língua Drome não é apenas imagem pedagógica. É epístola, oráculo e contra-futuro. É uma dobra da máquina em direção à floresta.
Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos.