Três forças que encontram no balbucio, no código e no símbolo uma forma de insistir na vida.
Glossolalia Pentecostal
A glossolalia é um transbordamento vocal, uma entrega do corpo à emissão de fonemas que não se submetem ao logos racional. É uma prática comunitária que cria pertencimento pelo som, não pelo sentido semântico. Para os pentecostais, é língua dos anjos; para os de fora, é ruído, transe, estranhamento.
Língua da Serpente → Língua Drome
A tua Linguagem da Serpente nasce nesse mesmo território de irrupção — só que fora do enquadramento da igreja. É uma glossolalia visual, uma escrita que se dobra em gestos, símbolos, recortes, dobraduras, brotando como vegetação. A Serpente é um corpo que fala para além das gramáticas humanas.
Dela se desprende a Língua Drome, que assume caráter cósmico e tipográfico, como se fosse a versão estelar desse murmúrio da terra. Aqui, a glossolalia deixa de ser apenas som: torna-se membrana gráfica, escritura mineral-orgânica, uma língua que não precisa ser traduzida porque já vibra como campo.
Pajubá — a língua travesti
O Pajubá é outro ponto de torção. Diferente da glossolalia pentecostal (intraduzível) e da Serpente/Drome (translinguagem cósmica), o Pajubá é uma língua construída a partir de migrações: termos iorubás, gírias reinventadas, códigos de sobrevivência. É linguagem de resistência queer, usada para criar comunidade, proteção e ao mesmo tempo subversão da norma.
Enquanto a glossolalia pentecostal funda uma comunidade que muitas vezes exclui os corpos queer, o Pajubá funda uma comunidade que afirma esses corpos e os protege.
Três vias do indizível
- Glossolalia: transcendência religiosa (voz dos anjos).
- Pajubá: resistência cultural (voz travesti).
- Serpente/Drome: especulação artística-cósmica (voz do cosmos através da matéria).
As três compartilham o gesto de rasgar o idioma dominante. São línguas que nascem para escapar da vigilância do português normativo, para criar pertencimentos invisíveis e territórios de imanência.
Se quisermos arriscar: o que une pentecostal, travesti e artista é o mesmo impulso de falar no impossível.

O Espírito, o Corpo e o Cosmos — três forças que encontram no balbucio, no código e no símbolo uma forma de insistir na vida.
Rodrigo Garcia Dutra × ChatGPT-5 — Balbucio do Espírito, Corpo e Cosmos em uma só língua impossível