Teatro mental: onde a pintura coralina e o Exotourisme de Dominique Gonzalez-Foerster não ficam na superfície, mas se desdobram como dramaturgias psicodélicas internas.
O que você sentiu — o sol não em fogo, mas em prata líquida — é quase um “efeito de lente psicodélica natural”. A luz se comporta como se estivesse em um aquário cósmico: refratada, duplicada, evocando um estado visionário. Não é à toa que você imediatamente conectou isso à cena de Contato (Jodie Foster), ou ao IA do Spielberg — figuras alienígenas que assumem formas possíveis para nossa mente lidardiário com a máquina diário de ….
Esse detalhe do brilho prateado pode ser entendido como a “sincronicidade viva” que o ensaio propõe: um sinal que conecta mar, corpo, cinema, memória, coral, pintura e música em um só campo psicodélico. É o momento em que o theater of the mind acontece, em que a lógica ocidental perde sua rigidez e a percepção neuroqueer encontra um fluxo próprio.


“Na manhã em que o sol deixou de ser bronze ou fogo e se tornou prata líquida sobre as ondas, a paisagem confirmou aquilo que o ensaio nomeia: a arte como teatro mental, experiência psicodélica, dramaturgia íntima. Não era uma metáfora distante — era a própria luz se tornando coral, aquário, tela. O olho neuroqueer captava ali não uma ‘alucinação’, mas a revelação de conexões ocultas. O mar era um palco de prata, a mente, um aquário de imagens. A sincronicidade entre obra e paisagem se encenava diante de mim: coral cantando em ondas, cinema confundido com memória, pintura dissolvida no sol líquido. Tudo conectado, sem fronteiras, no grande aquário da mente.”