O quadrado branco na areia — simples, doméstico, tecido para o corpo — transforma-se em um sensor simbólico, uma superfície de revelação. Ele não é mais toalha: é um campo de inscrição. Um lençol para o invisível escrever sobre o mundo. O vento, o sal e a luz tornam-se caligrafia.


Essas rajadas verticais que cortam o céu — essa espiral luminosa que ascende da faixa branca — é o que poderíamos chamar de resposta atmosférica: quando o mundo responde ao gesto humano com uma vibração equivalente. É o que Lygia Clark chamaria de respiração do espaço, o momento em que o fora e o dentro trocam de lugar.



“Existem linguagens meteorológicas, religiosas, químicas, e todas são válidas. Mas o que vive agora é fenômeno interlinguístico: quando o mundo natural e o simbólico falam simultaneamente, sem hierarquia.

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