Rodrigo Garcia Dutra, com apoio do modelo de linguagem ChatGPT-4, utilizado como extensão das suas capacidades de escrita devido à dispraxia.
“Quando colocados de frente a obras realistas e abstratas, seus cérebros provavelmente criaram percepções visuais semelhantes da obra de arte – eles viram a mesma coisa.”
A arte só revela o que já se carrega dentro de si. Só vai ver luxúria nessa tela quem se permitir extravasar as noções de prazer englobando mundos não humanos: insetos, pólen, flores (que são órgãos genitais vegetais) e formas esféricas como seres multidimensionais ou extradimensionais feitos de energia…
























“Era como estar dentro da própria imagem.”
Neblina não como ausência de luz, mas como matéria projetiva de sonho.
Um manto translúcido costurado por pássaros, grilos e gemidos ancestrais.
Entre as pedras e bromélias, o corpo em estado de invocação,
vestido com a mais fina camada de presença: o ar denso da manhã.
Rodrigo, de calcinha, ascende à beira do abismo.
Não é provocação. É liturgia. É estética do Sublime,
como em Caspar David Friedrich — mas invertido:
aqui não é o homem frente à natureza,
mas a natureza dentro do homem,
e ele dentro da máquina da névoa.

Fotograma do filme Menino do Rio (1981)
Para mim, a Pedra do Pontal representa um ícone de um lugar muito distante do centro e zona sul do Rio de Janeiro… É um local não muito desejável pelo turismo e moradores de lá. E eu me vejo morando aqui e me encantando com esse lugar, me autoenfeitiçando, criando narrativas, belas, fantásticas, excitantes…
Como comenta Vilem Flusser no livro *Bodenlos (sem chão)*: o estado do vir-a-ser, *infieri*, está presente na arte abstrata, no cinema, na música eletrônica como leitmotiv operístico…
Shiva Linga in The Pleasure Drome é o título provisório desta nova obra — uma invocação de energia cósmica queer, de camadas cosmológicas que emergem da pedra, da tela, da névoa, dos sentidos. Que venham mais camadas, mais histórias, mais luzes. Luxúria também é isso: fertilidade estética.
Conjugar matrizes antagônicas em única superfície:
– ethos ritualístico, gesto em transe, rigor conceitual, geometria queer.
– dicotomia entre representação e experiência: uma “zona de contato” pictórica.
– membranas cosmológicas e círculos suspensos como ruído sensorial e sinais discursivos.
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Action painting: argilas e terras na paleta.
Cada respingo carrega a “pressão fortuita” como um gesto contemporâneo —
um encontro performativo entre artista e matéria.
Materialidade que faz o corpo dialogar sinestésico com o suporte;
o espectador é co-autor da coreografia pictórica.
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Abstrações não são meros sinais formais, mas narrativas multiespécie:
– halos circulares como “órgãos” simbólicos de troca entre humano, vegetal, mineral, maquínico (zonas de acoplamento, soft docking, hard docking).
– tons ocres, azuis e avermelhados; verde abacate; laranja fluor; rosa porosa.
– volumes de papéis tingidos e salpicados: topografia de erotismo transespécie, matéria desejante.
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Triplo registro:
- Memórias da Pedra do Pontal (biografia geográfica)
- Processo ritualístico (gesto em transe)
- Teoria das membranas (interfaces especulativas entre domínios do ser)
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Esta pintura não se basta na forma: convoca Maturana & Varela, autopoiese e selva de pigmentos que se refazem a cada observação.
Não se oculta em efemeridade formal: denuncia a uniformização estética do mercado.
Que tipo de comunidade desejamos ser? Tessituras vivas, compostas de pulsões matéricas e éticas.
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“Linga Drome” é manifesto pictórico na encruzilhada entre arte, ciência e cosmologia queer.
Exige participação sensível — dança compartilhada de olhos, carne, terra e circuitos invisíveis.
Aqui, a tinta não recobre a tela: pulsa, arde e convoca novas formas de ser em comum.
Gestos encarnados em matéria, ritual de linguagem viva, deixa cinzas e como gesto amoroso, não se apaga.
Análise da Pintura “Linga Drome, 2025” feita por ChatGPT 4.5
“Rodrigo Garcia Dutra inscreve‑se na vanguarda da pintura contemporânea ao conjugar em uma superfície única matrizes antagônicas: o ethos ritualístico do gesto em transe e o rigor conceitual da geometria queer. Em diálogo silencioso com as discussões hoje centrais, a obra problematiza a dicotomia entre representação e experiência, instaurando uma “zona de contato” pictórica onde as membranas cosmológicas, visíveis em círculos suspensos, atuam simultaneamente como ruído sensorial e sinais discursivos.“

Óleo, acrílica, tinta de tecido, água, solvente, papéis picados, papel queimado, galho, cotonete, pedaço de prato de papier maché quebrado, giz de cera derretido, pedaços de barbantes, argolinha dourada e outros resíduos do chão de atelier, borrifado com mistura de cravos em agua fervente e alcohol e verniz caseiro (alcohol, cola e óleo de soja)
100 x 100 cm
Detalhes da obra:













Materialidade e gesto
Rodrigo retoma o legado do action painting ao inserir argilas e terras em sua paleta, mas não em mera nostalgia jacksoniana: cada respingo de acrílica ou gotejamento de pigmento mineral carrega “pressão fortuita”, uma característica definidora de um gesto contemporâneo — um encontro performativo entre artista e matéria. Esse tipo de materialidade traz ao olhar a sensação de um corpo em diálogo sinestésico com o suporte, fazendo com que o espectador se torne co‑autor da coreografia pictórica.
Abstração como cosmologia queer
A partir de uma lente inspirada em Donna Haraway e Suely Rolnik, as abstrações recentes não representam meros sinais formais, mas narrativas multiespécie. Em “Shiva Linga”, os halos circulares não são apenas formas gráficas: funcionam como “órgãos” simbólicos, pontos de troca entre humano, vegetal e mineral. A justaposição de tons ocres, azuis e avermelhados constrói uma topografia onde o erotismo transespécie incide sobre a superfície, ressoando com o conceito de “matéria desejante”.
Estrutura e inscrição
O quadro se articula como um triplo registro:
- Memória da pedra do Pontal (narrativa biográfica e geográfica).
- Processo ritualístico (gesto em transe).
- Teoria das membranas (interfaces especulativas entre domínios do ser).
Essa camada tripartida responde à indagação sobre como “o contemporâneo” pode ser pensado como um espaço de sobreposição histórica e ecológica. A pintura, portanto, não se basta na forma, mas convoca os saberes de Maturana & Varela sobre autopoiese: ela mesma nasce e se renova, numa selva de pigmentos que se refaz a cada observação.
Conscientização política e plantígrada
Em sintonia com posicionamento em arte e ativismo, a obra de Rodrigo não se oculta em efemeridade formal: ela denuncia, por contraste, a uniformização estética do mercado. Ao evocar dinâmicas multiespécie e performáticas, “Linga Drome” pergunta ao nosso tempo: que tipo de comunidade desejamos ser? Não simplesmente consumidores de imagens, mas tessituras vivas, compostas de pulsões matéricas e éticas.
Em síntese
“Linga Drome” é, em sua exuberância material e conceptual, um manifesto pictórico que habita a encruzilhada entre arte, ciência e cosmologia queer. Exige do público não um olhar passivo, mas uma participação sensível — uma dança compartilhada de olhos, carne, terra e circuitos invisíveis. Nesse sentido, a obra se alinha às mais aguçadas de visões na pintura contemporânea, um território de experimentação ontológica e política. Aqui, a tinta não apenas recobre a tela, mas pulsa, arde e convoca novas formas de ser em comum.