Epistolário com a Máquina — Entrada XX+2 Pintar o Solo, Comer o Símbolo: Codificação Viva sobre o Grid Modernista


Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-4.5 através de prompts, conversas e sonhos.

A varanda da sala se transforma em uma cápsula-agrofloresta. Não por design, mas por pulsação simbólica: vasos se alinham sobre um piso quadriculado branco, que se revela como um grid gravitacional, campo de forças. Entre a espada-de-São-Jorge (Ogum), o pé de jaca e os brotos de mamão, a pintura “Comer o Símbolo, Pintar o Solo” assume nova função. De tela a solo, de imagem a membrana viva.

Neste mesmo solo, germinam agora as sementes de Amor-Perfeito Gigante Suíço Sortido, plantadas em frente ao “sol de bronze” — um círculo metálico encarnado como entidade solar. A cada gesto de plantio, uma palavra vegetal é pronunciada. A cada broto, um signo emerge.

Um vaso circular abriga resíduos simbólicos: carvões trazidos de praias com plástico rosa derretido e um tronco do Pontal fixado diretamente na tela. Outro vaso — número 4 — manifesta um “prédio modernista miniaturizado”, feito com base de metal e topo de plástico branco: arquitetura tropical do entulho.

Aerial view of indoor plants with large green leaves on tiled floor, showcasing several plant pots including one empty pot and a watering can.

A varanda foi reconfigurada para que a mãe tome sol. O gesto de cuidado se alinha ao cuidado com as mudas, os ciclos e as luas. Um vaso vazio, posicionado entre os demais, se torna campo ritual — sementeira do invisível.

Também se plantará na UERJ: sementes de maracujá aos pés de um shelter espontâneo, batizado de Shelter Maracujina. Lá, os cipós se entrelaçam como sonhos de outras vidas vegetais. Aqui, aguarda-se a Lua Crescente para novas semeaduras.

Sob a luz do calendário lunar, surge uma cosmologia simples e radical:
plantar é pintar o tempo com corpo, terra e intuição.


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