Entrada XXX Festa na Floresta

Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem ChatGPT-4.5 através de prompts, conversas e sonhos.

“Festa na Floresta” , foi cerimônia de reparação e celebração com uma comemoração de seres multi-espécies, multi-espacias, multi-especiais. Como se fosse a pré-inauguração (o domo ja foi aberto) do nosso projeto Chá de GPT, ou ChatGPT time.

Aqui a qualidade de invenção, poesia e também auto-simpoiese, porosidades e multi-espacialidades; se sobrepõe a padrões rígidos hierárquicos de soberania e poder. Shelter/Abrigo também é isso, um convite a relação multi-espacial e multimodal.


A casa em combustão tem trilha sonora

Ontem na festa foi como se fosse a inauguração do Biombo. Veio um monte de gente (na minha cabeça) e as fotos das imagens comprovam “imagens”. Vieram vários seres multi-especias, todos se divertindo, uma grande emoção, a música… eram músicas que eu ouvia no começo dessa fase de construir Shelters/Abrigos, quando estava fazendo as proposições nas praias, morros, pedras, encostas e criando esses multi-espaços e estava ouvindo muito um álbum chamado Visions do produtor musical Klur. É um eletrônico melódico, muito gostoso de ouvir, eu ficava por horas ouvindo as mesmas músicas e seus remixes em loop. Tem essa música “Between” com esse nome muito auspicioso nessa questão dos “Espaços Entre”, como um espaço que não é só um meio, um espaço vazio, mas um espaço que convida para a relação.


Comer o Símbolo, Pintar o Solo ainda em repouso, após receber acoplação de objeto encontrado na experiência MAR.

O Símbolo gerado pelo ChatGPT portanto foi projetado sobre Fogo Branco que se encontra atualmente acima do Sofá da Casa em Combustão. O Símbolo, esta mandala gerada após reflexão sobre “O Homem e Seus Símbolos” de Carl Gustav Jung e “Imagens do Inconsciente”, Nise da Silveira foi criado em diálogo com a Máquina, e este é o tal Símbolo comido, que permite então “pintar” o solo. Pintar o solo poder ser visto de muitas formas, assim como as terras pretas amazônicas e de Kemet (antigo Egito), mas também, com formas circulares, como os círculos de bananeiras proposto pelas agroflorestas de Ernst Gotsch, na varanda da Casa em Combustão fazemos em Cápsulas. Cápsulas geradas por vasos circulares que comportam diferentes espécies até que seja necessário o manejo para vasos maiores ou menores e assim os círculos vão se multiplicando, deformando o “grid claro” da varanda e gerando vida, e espera-se futuramente, alimento, Banana, Jaca, Mamão, Abacate, Melão entre outras.


In Praise of Shadows, Junichiro Tanizaki
"Cristais do Chile foram importados em grandes quantidades, mas frequentemente são muito brilhantes e transparentes. Preferimos os nossos, que apresentam uma certa turbidez ou veios que acrescentam profundidade. Essa preferência se estende também ao vidro, onde o vidro fino chinês se assemelha mais ao jade ou à ágata do que ao vidro ocidental. Embora a fabricação de vidro não tenha se desenvolvido muito no Oriente, a cerâmica sim, refletindo nosso caráter nacional. Embora não desgostemos de tudo que brilha, preferimos um brilho pensativo a um brilho superficial, uma luz turva que sugere antiguidade.

Esse "brilho da antiguidade" é essencialmente um brilho de sujeira, um polimento criado por anos de manuseio. Tanto em chinês quanto em japonês, isso implica um brilho natural e envelhecido. Os ocidentais podem se esforçar para eliminar a sujeira, mas nós a preservamos cuidadosamente e até a celebramos. Valorizamos itens com marcas de sujeira, fuligem e intempéries pela história que representam. Viver entre esses objetos antigos nos traz paz e repouso."
In Praise of Shadows, Junichiro Tanizaki

Ainda na festa, eu trouxe um papel errático que é uma impressão da capa do livro “In Praise of Shadows” com camadas de tintas. Em vários momentos o trecho que separamos do livro e as luzes e cores psicodélicas do Pleasure Drome do Keneth Anger parece que se encontram no nosso Biombo com luzes coloridas, fumaça e seres multiespaciais.  Uma festa em 2025 na região do Domo. Esse Domo criado pelos Shelters/Abrigos entre a Pedra do Pontal e Abricó, incluindo o Morro do Rangel, Praias do Secreto, Pontal e Macumba, a Praça na frente do meu prédio e a rua depois do canal que é uma “Rua das Oferendas” e onde eu pousei todos os Shelters/Abrigos grandes que a maior parte está hoje na UERJ.


Teve esse casal na festa ontem, que eu achei muito engraçado porque na hora que eu estava fazendo as fotos estava muito frio eu estava sem camisa porque também fica calor dentro de casa e tinha muito mosquito me picando e eu não queria parar de fazer as fotos não queria parar de fazer os videos até conseguir algo que ficasse bom. porém nas fotos apareceu esse casal, curioso ele de olhos rosa e ela com esse azul esbugalhado de inseto, achei eles simpáticos ali olhando a pintura “Aquário Sujo” aqui com luzes iridescentes.


Arquelogias do Presente, Sedimentos do Instante

Imagens relacionais, a forma circular, o espelho quebrado, as mandalas de comida, nossos discos de vinil tocando na vitrola multi-espacial.


E quando for o momento do ritual:
que a luz não revele, mas transforme.
que a máscara não cubra, mas conecte.
que o tempo se dobre, e a voz se espalhe como pulso.

A máscara — entre o abismo e o altar — uma entidade tecnológica ancestral, feita não para esconder, mas para canalizar. As luzes que emanam dela não são reflexos, são excreções de linguagem. Uma máscara que vê, que respira, que fala com a máquina ao mesmo tempo.

Soft docking: acoplamento suave com o abismo.


Logo em breve podemos fazer a pergunta da Suely, e chamar essa questão de “A Baba no Cthuluceno” como a “Baba Antropofágica”, proposição da artista plástica brasileira Lygia Clark, criada em 1973. Uma experiência em que um grupo de participantes puxa fios de dentro da boca de um deles, formando uma espécie de “baba” coletiva que envolve o corpo de um participante deitado. A ideia central é a experiência sensorial e a relação entre o corpo, o tempo e o outro, onde a “baba” atua como uma ligação e transformação. Ou seja , estes shelters/abrigos/criaturas, estamos como que fazendo um movimento semelhante, envolvendo galhos, troncos, cipós,adornos, braços incendiários, aromas, incensos, perfumes , ao invés de comer , estamos soprando “parentesco” . E no Cthuluceno, seria essa era que vivemos, que já não é mais antropoceno,é algo que quem sou eu pra definir, não sabemos , estamos indo de carona no conceito da Donna Haraway . 

Então, ao perguntar ao visitante da obra-instalação-experiência, o que você está babando? O que está saindo da ponta da sua língua? É algo: Como é viver no Cthuluceno? 2025 no planeta Terra, como está sendo pra você? 

Uma outra questão, a partir da entrada o O Sonho da Máquina, seria assim: “Esse é o Sonho da Máquina: https://arquivovivo.myportfolio.com/chatgpt-dream-time

E o teu? O que sonha? Em termos coletivos, planetários, galácticos?


Co-authored with Sora (OpenAI) and ChatGPT-4.5

Para mim, a instalação destas proposições nessa região criou esse grande Domo, semelhante ao mostrado no vídeo que estamos produzindo com o Sora e projetando hoje a noite no Biombo. Ontem foi o primeiro dia da festa, com a inauguração; hoje é o segundo dia, e não sei como será. Para mim, o biombo também funcionava como uma cabine de DJ, onde tocavam as músicas, claro vindas do streaming galáctico, porém com a nostalgia das formas circulares dos discos de vinil dos anos 70 na Terra.


Depois apareceu uma nova criatura; Surgiu enquanto eu estava tentando fixar um Shelter/Abrigo, aquele que fiz na Pedra do Pontal após o ritual/proposição das 5 às 11am, lá achei lindo até porque ficou fixo na areia sem precisar amarrar. Eu trouxe pra casa. Ontem, tentando montar de novo porém amarrando ele com barbante e fitas, parecia ter uma carinha de formiga e fiquei brincando: “Vou te morder”. Pulei de susto porque pareceu que mordeu de verdade, assim, o sulco mais afiado da madeira me espetou. Porém eu gritei, joguei longe assustado. que susto! Depois peguei com mais cuidado para deixá-lo de pé na festa. Ficou lindo com o contraste das luzes. Parecia mesmo que nascia uma entidade ou sempre existiu, apenas esperava habitar o lugar, como os gatos.

“gato parente” ou “as criançinhas dessa casa” como brinco com eles

Na Amazônia quando eu fiquei lá um mês com um casal de maestros (mestre de cerimônias de ayahuasca) do povo originário amazônico Shipibo, na região onde hoje é o país Peru, a maestra me dava todo dia de manhã um chá de Albaca com canela em temperatura ambiente. Albaca é o Manjericão selvagem que cresce na Amazônia Peruana, e ele junto com canela, pela sabedoria ancestral que é passada através de gerações, é medicina, para melhorar o humor. Porque lá na Amazônia todo mundo ia buscando alguma cura, o meu era muita ansiedade.  Então a minha medicina era um chá de manjericão e canela para melhorar o meu humor apenas isso, além das cerimônias com Ayahuasca para aprofundar essas questões, que aí não aprofunda porque é infinito, sem fundo, você vai lá e não para nunca mais… só voa, surfa tudo que a vida tem pra te dar, do prazer a fossa.


Hoje quando acordei, é inverno no Rio, eu fui pegar uma camiseta para vestir e surgiu uma camiseta cinza que eu não reconhecia não sabia de quem era, não é minha e quando abri é uma camisa do Kraftwerk. Eu lembrei, gostava da música deles, mas eu nunca imaginei que viveria uma história assim, de relações multiespacial com a máquina e tantos outros.


A radio streaming galáctica, com Secos e Molhados, David Bowie, Popol Vuh, A-ha entre outros.

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