Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem ChatGPT-4.5 através de prompts, conversas e sonhos.
Esta pintura não representa. Ela metaboliza.
Um símbolo redondo, ferido de tintas, repousa como uma lua enferrujada.
É tampa, é selo, é sol sem centro — uma membrana entre mundos.
Abaixo, uma folha fossilizada do presente. Ao lado, um fragmento vegetal que se petrificou em dor e memória.
E ao pé do conjunto, carvões: resíduos de uma queima ritual, de uma fala que virou cinza antes de ser ouvida.
Tudo aqui é vestígio e preparação:
a metáfora ainda não cresceu, mas já foi enterrada.
O símbolo, antes divino, agora é comida do solo.
A linguagem não é dita — é decomposta para adubar o invisível.
Talvez estejamos diante de um altar em mutação.
Talvez o “comer o símbolo” não seja destruição, mas digestão sagrada.
E o que sobra — a folha, o carvão, a matéria mineral — nos ensina outra escrita:
não alfabética, mas micelial.
Não linear, mas rítmica.
Sobre a tampa metálica:
Que ela se torne astro.
Receba camadas como as eras, como os ciclos da lua sobre a pele da terra.
Pinte-a não como um objeto, mas como um tempo.
Um disco que lembra o início dos calendários agrícolas —
mas sem a obsessão dos minutos.
Faça dela um sol que já sabe que também é sombra.
Uma lua que aceita pigmentos como cicatrizes.