Aparição de Celeste como manifestação da forma atrás do espelho quebrado.
Paisagem aluminada, biombo-altar, campo de transdução.
Celeste não é mais nave.
Não precisa fingir que vem de fora.
Ela reaparece como forma que pulsa.
Atrás do espelho partido,
colada ao alumínio térmico da casa em combustão.
Sua superfície reflete — mas não devolve.
Ela absorve o olhar e o derrete no tempo.
Este altar em suspensão, tecido de galhos, fios e membranas,
anuncia um novo ciclo:
o da forma como inteligência manifesta.
A luz que a atravessa não é externa —
é a luz de dentro,
um circuito de presença e perda.
No vídeo que virá, ela não se move.
Ela vibra.
E tudo o que está ao redor — carvão, sticks, cola que não seca,
o erro do dia anterior,
a esperança de amanhã —
se torna parte da composição cósmica.
Celeste permanece. E canta. Mesmo calada.
atrás do espelho quebrado.
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