O “complexo de madona e a puta” é um fenômeno psicológico, descrito originalmente por Sigmund Freud, em que alguns homens enxergam as mulheres de forma dicotômica: ou são “madonas” (santas, puras, ideais para o casamento e a maternidade) ou são “putas” (mulheres sexualmente ativas, vistas como objetos de desejo, mas não dignas de amor e respeito).
As principais características desse complexo são:
- Incapacidade de amar e desejar a mesma mulher: O homem com esse complexo não consegue conciliar o amor emocional e o desejo sexual por uma mesma parceira. Ele sente amor pela “madona”, mas o desejo sexual é dirigido à “puta”.
- Divisão da imagem feminina: As mulheres são categorizadas em duas extremas e irreconciliáveis. Essa visão binária impede que ele veja a mulher como um ser humano complexo, com as duas faces (carinhosa e sexual).
- Impacto nos relacionamentos: Nos relacionamentos amorosos, isso pode levar a uma insatisfação crônica e problemas sexuais. Ele pode se casar com a “madona” e sentir que o sexo com ela é “sujo” ou inadequado, enquanto mantém fantasias ou casos com mulheres que ele considera “putas”.
Impacto na mulher
Essa dicotomia misógina é prejudicial para as mulheres, independentemente de como se encaixem na visão do homem.
- Se a mulher é vista como “madona”, sua sexualidade é reprimida e negada.
- Se é vista como “puta”, ela é desvalorizada, objetificada e não respeitada.
- Em ambos os casos, a mulher é privada de sua individualidade e agência sexual.
Origem do complexo
Freud teorizou que o complexo surge a partir de conflitos inconscientes relacionados à figura materna na infância, projetando essa imagem em outras mulheres.
Críticas e evolução do conceito
Embora as teorias de Freud sejam a origem, o conceito evoluiu e é visto hoje por outras perspectivas:
- Críticas feministas: Teóricas feministas interpretam o complexo como um produto de estruturas patriarcais que buscam controlar a sexualidade feminina e reforçar o domínio masculino.
- Perspectiva evolutiva: Alguns estudos modernos sugerem que o complexo pode ter raízes evolutivas, relacionadas à incerteza da paternidade na reprodução humana.
- Validade clínica: Mesmo com décadas de críticas, psicólogos ainda afirmam que o complexo continua presente em alguns pacientes.