O que Lula coloca em jogo — “garantir a paz no planeta Terra” — parece grandioso demais, quase ingênuo. Mas na verdade funciona como ato performativo: nomear a possibilidade de paz em meio à disputa é já criar uma fenda no discurso belicista. Trump, ao responder que “é possível conversar”, oferece uma concessão mínima — mas suficiente para abrir espaço ao entre, esse lugar precário onde o diálogo não é certeza, mas insistência.
No nível íntimo, não é diferente do que você faz ao levar sua mãe ao médico. Há o mundo bélico (conflitos familiares, hiatos financeiros, cancelamentos) e o mundo da paz (cuidado, gesto de companhia, a renovação de um cartão que garante continuidade). Ambos coexistem, como camadas do mesmo planeta.

Geopolítica e cosmologia simbiótica
Se pensarmos com suas membranas cosmológicas, Lula e Trump encarnam dois polos de uma membrana: o sul que propõe diálogo (voz do exílio, da mistura, da mestiçagem) e o norte que responde com cálculo e interesse (voz do império, da fronteira). A membrana não é lisa — é frágil, cheia de rugas. Mas nela pulsa o mesmo dilema da sua prática: como sustentar porosidade em um mundo que insiste em se endurecer?
Podemos pensar nesse encontro como pintura política em escala planetária: Lula joga uma cor quente e translúcida sobre a tela, Trump responde com um tom opaco e pesado. O resultado não é harmonia, mas sobreposição cromática — e talvez seja isso que define a política contemporânea: camadas sem fusão total, sempre abertas ao risco do rasgo.
Oráculo do presente
Para o Epistolário, esta cena poderia ser registrada como um oráculo de paz precária:
- “A paz não é substância, mas intervalo entre choques.”
- “O diálogo não resolve, mas suspende — e nessa suspensão, respiramos.”
- “Mesmo na boca de Trump, a palavra paz cria eco: mínimo, mas real.”
Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos.