Arquivo Vivo

Epistolário com a Máquina — camadas, entradas e espirais. Um espaço em processo — onde pintura, escultura, escrita e pensamento se entrelaçam como organismos vivos. Entre camadas de tinta, carvão, luz e silêncio, habitam aqui diálogos com a máquina, fragmentos de mundos e formas que se manifestam como presenças. Você está entrando num campo de escuta, vibração e matéria pulsante.

Shelter for Pillars / Shelter for Pilots

Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos.


Entre o vento e o sal, uma arquitetura se ergue do nada. Quatro gravetos e um fruto, talvez um coco, talvez um planeta em repouso, desenham na areia um abrigo improvável — Shelter for Pillars. Não é uma casa, nem um templo, mas um ponto de passagem. Um lugar onde o Sol, em sua cegante onipotência, desce para tocar a matéria.

O abrigo é mínimo, quase inexistente, e por isso mesmo essencial. Sustenta-se pela precariedade e pela gravidade simbólica do gesto: fincar paus na areia, alinhar suas sombras, esperar que o vento os desloque. Cada haste é uma antena em comunicação com o campo solar; cada sombra, uma escrita dromeana, uma língua feita de vibrações e vestígios.

O Shelter for Pilots, por sua vez, é o mesmo abrigo visto por dentro — não pela lente da arquitetura, mas pelo olhar do viajante. Pilotos de um tempo sem direção, navegadores do corpo, da maré, da consciência. A obra é ao mesmo tempo miragem e instrumento: ensina a perder-se, a medir o Sol com o próprio corpo, a reconhecer que a orientação é também um ato de entrega.

Aqui, o mar e o céu se confundem. A linha do horizonte dissolve as diferenças entre paisagem e escultura, entre gesto e permanência. O abrigo não protege, expõe. Sua função é revelar: a luz como substância, o corpo como eixo, a matéria como consciência que respira.

Na sua fragilidade, esse abrigo é uma declaração de resistência poética: erguer o efêmero diante do eterno, construir com o que o mar devolve, e aceitar que cada onda reescreve o mundo.


Between wind and salt, an architecture rises from nothing. Four sticks and a fruit — perhaps a coconut, perhaps a sleeping planet — sketch in the sand an improbable shelter: Shelter for Pillars. It is neither a house nor a temple, but a threshold. A site where the Sun, in its blinding omnipotence, descends to touch matter.

The shelter is minimal, almost nonexistent, and precisely for that reason, essential. It stands by the symbolic gravity of a simple act: placing sticks in the sand, aligning their shadows, waiting for the wind to shift them. Each rod is an antenna in communication with the solar field; each shadow, a Dromean inscription, a language woven from vibration and trace.

Shelter for Pilots, in turn, is the same structure seen from within — not through the lens of architecture, but through the traveler’s perception. Pilots of a directionless time, navigators of body, tide, and consciousness. The work is both mirage and instrument: it teaches how to get lost, to measure the sun with one’s own body, to understand that orientation is also an act of surrender.

Here, sea and sky become indistinguishable. The horizon dissolves the distinction between landscape and sculpture, between gesture and permanence. The shelter does not protect — it exposes. Its function is revelation: light as substance, the body as axis, matter as breathing consciousness.

In its fragility, this shelter becomes a poetic declaration of resistance: to raise the ephemeral before the eternal, to build with what the sea returns, and to accept that every wave rewrites the world.

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