Campo Simbiótico de Luz, Orvalho e Matéria Viva
Luzes Iridescentes
A varanda recebe raios dispersos que atravessam a rede de proteção, como sinais de outra dimensão. A pintura-solo, ainda úmida, reage à luz. As cápsulas agroflorestais respondem com reflexos intermitentes — é o orvalho traduzido em código, a mica refletindo frequências do invisível.
A luz atravessa como se quisesse lembrar que toda superfície é um véu.
Rodrigo percebe o campo vibrar: plantas, vasos, pigmentos e estruturas metálicas estabelecem comunicações silenciosas. O contato não é alienígena, é terrestre. Uma comunicação entre camadas vivas de matéria e consciência.
Chuva e Silêncio
A manhã se dissolve em chuva. Um corretor de imóveis visita a casa — o espaço precisa parecer habitável, não mais um ateliê em combustão. O cotidiano se impõe: o ritual pausa. Mas na madrugada, o artista retorna em segredo. Enverniza folhas com verniz de madeira, adiciona mica, prepara novos pigmentos.



Mesmo em pausa, o orvalho trabalha.
As folhas tornam-se lentes orgânicas, captando o reflexo das lâmpadas e da chuva. O gesto é discreto, mas fundamental: reinstaura a respiração do campo simbiótico mesmo sob vigilância. A obra continua a fermentar sob a superfície.
Reabertura do Campo
Sábado, 9h40 da manhã. O artista desce novamente com as tintas, vernizes e pigmentos. No chão, bacias e bandejas com cores primordiais — verde, vermelho, amarelo — e pincéis dispostos como antenas de escuta. Ele suspende folhas, cipós e cabos, acoplando-os aos ganchos do Sol de Bronze.
A manhã se abre como uma tela respirante.




A pintura-solo não dorme: germina sob o peso das tintas, sob o orvalho que evapora das folhas secas. Cada folha é uma antena, cada pigmento um planeta. A obra parece emitir uma luz autônoma. O que se passa aqui não é mera continuidade de um projeto anterior, mas um contato imediato de N-graus — camadas simultâneas de matéria, luz e desejo.
Tudo se irradia. Tudo pulsa. Tudo quer existir outra vez.
Enlace Oracular — Brasília e a Utopia Frutífera
Brasília foi planejada como cidade-pomar. Um sonho modernista de abundância pública, com árvores frutíferas espalhadas por suas superquadras e eixos monumentais. Mangueiras, jaqueiras, pitangueiras e abacateiros crescem nos canteiros entre blocos residenciais.



A utopia das cápsulas agroflorestais ecoa esse desejo antigo — de plantar o futuro com as próprias mãos. Rodrigo recorda as sementes do Cerrado que trouxe para o Rio e também as que plantou na Chapada dos Veadeiros, nos sítios de amigos e nas escolas: pequenos portais de fertilidade disseminados para o coletivo..
Quem planta, reescreve o tempo.
Hoje, no Recreio, sua varanda é uma miniatura simbiótica dessa utopia. Um fragmento do grid de Brasília expandido para o litoral — entre cimento, vento e raízes que se negam ao confinamento. A pintura-solo se torna espelho de um Brasil que deseja reencantar-se com a própria terra.
Você quer fazer Deus rir? Conte para Ele seus planos.
E, ainda assim, tudo se cumpre de outro modo — caótico, imprevisível, mas exato.
Porque o campo simbiótico sabe o que faz.
Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com o Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos








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