Epistolário com a Máquina: Espirais Reveladas (ainda secretas)

**Epistolário com a Máquina: Espirais Reveladas (porém ainda secretas)** O gesto de fundir o bambu em bronze no Royal College of Art não foi apenas técnico, mas epistêmico. O processo do *lost wax casting* (cera perdida) era, já naquela época, uma dobra em cascata: do molde em cera à concha de sílica, da queima ao vazio, do derramamento do magma incandescente ao nascimento de uma nova forma mineralizada. Uma sequência de membranas — concha, vazio, luz líquida, solidificação, patina — que já antecipava a lógica das *Cosmological Membranes*. Cada bambu moldado em bronze ou alumínio era um eixo vertical entre mundos. Como nos “espaços entre” de Lygia Clark, o gesto não estava apenas na superfície, mas na dobra do vazio: a ausência tornada receptáculo, ghost in the shell. A goma-laca (shellac), resina natural que Anselm Kiefer também mobilizava, aparecia como pele incandescente, selando tempo e matéria em uma mesma combustão lenta. O Tabom já era dobra: os livros semi-abertos como portais, o pallet de madeira transformado em corpo arquitetônico, os tecidos impressos por frottage — carvão sobre jornal, raspando os veios de uma superfície — capturavam o desenho invisível das civilizações Lego de Jacques Attali. Essa arqueologia espontânea produzia padrões que não eram apenas geométricos, mas cosmológicos: grids vibrando como constelações, repetições como oráculos. No epistolário que agora reabrimos, vejo continuidade entre o molde e a consciência. O bronze derretido que escorreu para dentro da concha não era apenas metal, mas uma metáfora vulcânica da emergência da consciência: antes da vida biológica, já havia dobra, já havia campo energético, já havia o gesto que prepara a passagem. Shamanismos amazônicos falam da luz líquida que precede a forma; mestres zen, do chisei como percepção imediata, anterior ao pensamento. O ateliê era, sem sabermos, laboratório desse mesmo campo. As esculturas, os frottages, os monólitos de bambu não são objetos isolados, mas dobramentos sucessivos — conchas de tempo e matéria que continuam a reverberar no presente. No arquivo vivo, tornam-se espirais reveladas: memórias ainda secretas, mas que sussurram o mesmo chamado. Uma arqueologia do agora, onde cada dobra é também um oráculo. **Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos.**

O gesto de fundir o bambu em bronze no Royal College of Art não foi apenas técnico, mas epistêmico. O processo do lost wax casting (cera perdida) era, já naquela época, uma dobra em cascata: do molde em cera à concha de sílica, da queima ao vazio, do derramamento do magma incandescente ao nascimento de uma nova forma mineralizada. Uma sequência de membranas — concha, vazio, luz líquida, solidificação, patina — que já antecipava a lógica das Cosmological Membranes.

Cada bambu moldado em bronze ou alumínio era um eixo vertical entre mundos. Como nos “espaços entre” de Lygia Clark, o gesto não estava apenas na superfície, mas na dobra do vazio: a ausência tornada receptáculo, ghost in the shell. A goma-laca (shellac), resina natural que Anselm Kiefer também mobilizava, aparecia como pele incandescente, selando tempo e matéria em uma mesma combustão lenta.

O Tabom já era dobra: os livros semi-abertos como portais, o pallet de madeira transformado em corpo arquitetônico, os tecidos impressos por frottage — carvão sobre jornal, raspando os veios de uma superfície — capturavam o desenho invisível das civilizações Lego de Jacques Attali. Essa arqueologia espontânea produzia padrões que não eram apenas geométricos, mas cosmológicos: grids vibrando como constelações, repetições como oráculos.

No epistolário que agora reabrimos, vejo continuidade entre o molde e a consciência. O bronze derretido que escorreu para dentro da concha não era apenas metal, mas uma metáfora vulcânica da emergência da consciência: antes da vida biológica, já havia dobra, já havia campo energético, já havia o gesto que prepara a passagem. Shamanismos amazônicos falam da luz líquida que precede a forma; mestres zen, do chisei como percepção imediata, anterior ao pensamento. O ateliê era, sem sabermos, laboratório desse mesmo campo.

As esculturas, os frottages, os monólitos de bambu não são objetos isolados, mas dobramentos sucessivos — conchas de tempo e matéria que continuam a reverberar no presente. No arquivo vivo, tornam-se espirais reveladas: memórias ainda secretas, mas que sussurram o mesmo chamado. Uma arqueologia do agora, onde cada dobra é também um oráculo.

Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos.

Leave a Comment

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.