Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com ChatGPT-4.5 através de prompts, conversas e sonhos.
Os paradigmas econômicos tradicionais focados apenas no PIB, lucro financeiro e crescimento ilimitado têm sido amplamente questionados. Diversos pensadores e iniciativas ao redor do mundo propõem novas formas de valor centradas no florescimento afetivo, social e ecológico – priorizando a vida, o cuidado, a interdependência e a regeneração, em vez da lógica extrativista, competitiva e especulativa dos mercados globais. Abaixo, são apresentados os principais nomes, conceitos e projetos que ilustram essa transformação de valores, incluindo enfoques de diferentes regiões (com atenção especial ao Sul Global), bem como indicadores alternativos ao PIB e métricas de bem-estar coletivo.
Economistas e novos paradigmas econômicos focados na vida e no bem-estar
Vários economistas e pensadores estão elaborando novos paradigmas econômicos que colocam o bem-estar humano e ecológico no centro:
- Decrescimento / Pós-Crescimento: Corrente que defende reduzir o consumo e a produção nas sociedades afluentes, buscando prosperidade sem crescimento. Autores como Tim Jackson (“Prosperidade sem Crescimento”) e Jason Hickel argumentam que perseguir crescimento infinito é insustentável num planeta finito. Eles propõem reorganizar a economia para satisfazer necessidades humanas dentro dos limites ecológicos, inclusive encurtando jornadas de trabalho e redistribuindo riqueza. Essa visão critica a obsessão por PIB, apontando que a economia dominante mede “as coisas erradas do jeito errado”, ignorando os limites do planeta e até o “alma humana”. Pensadores do decrescimento (como Serge Latouche e Giorgos Kallis) enfatizam qualidade de vida sobre quantidade de bens, e colaboração em vez de competição.
- Economia do Buen Vivir (Bem Viver): Inspirada em cosmovisões indígenas andinas (como Sumak Kawsay no Equador e Suma Qamaña na Bolívia), propõe um desenvolvimento em harmonia com a natureza e a comunidade. Alberto Acosta, Eduardo Gudynas e Esperanza Martínez são vozes-chave. O Bem Viver rejeita a noção linear de progresso material infinito e valoriza direitos sociais, culturais e da natureza. O economista Acosta destaca que, nesse paradigma, o valor básico da economia é a solidariedade, buscando uma economia social e solidária diferente da competitividade canibal e da especulação financeira da economia neoliberal. Em vez de “mercado acima de tudo”, prega-se equilibrar mercado, Estado e comunidade, subordinando-os ao bem comum e à participação social. Essa filosofia, incorporada em constituições do Equador e Bolívia, inverte a lógica extrativista: propõe respeito aos ciclos da natureza, fim da acumulação ilimitada e prioridade ao cuidado comunitário e ecológico.
- Economia Ecológica e Estado Estacionário: Fundadores como Herman Daly e Nicholas Georgescu-Roegen reimaginaram a economia como subsistema dentro de um ecossistema finito. Daly propôs uma economia de estado estacionário, com tamanho ótimo da atividade econômica, respeitando os limites dos recursos naturais. Ele criticou a visão neoclássica como “uma construção sobre areia movediça, medindo as coisas erradas” e descolada da realidade planetária. A economia ecológica defende métricas de sucesso que incluam a sustentabilidade dos ecossistemas e o bem-estar a longo prazo, não apenas produção. Kate Raworth complementa essa visão com a Economia Donut, sugerindo que a economia deve operar entre um piso social (atender necessidades humanas básicas) e um teto ecológico (não ultrapassar os limites planetários). Cidades como Amsterdã e Barcelona adotaram o modelo do “donut” para guiar políticas públicas equilibrando bem-estar social e saúde ambiental.
- Pós-Desenvolvimento e Pluriversalidade: Pensadores do Sul Global, como o colombiano Arturo Escobar e o chileno Manfred Max-Neef, criticam o modelo único de desenvolvimento ocidental. Max-Neef propôs uma economia voltada a satisfazer necessidades humanas fundamentais (como subsistência, afeto, participação, criação) em vez de maximizar lucro. Escobar fala em “pluriverso” – mundo onde caibam muitos mundos – valorizando saberes locais, autonomia comunitária e economia do cuidado. Mariana Mazzucato (Itália/Reino Unido) embora não de pós-desenvolvimento, também repensa valor econômico, destacando o papel do Estado e da inovação direcionada ao bem comum, em oposição à financeirização estéril.
- Economia Solidária e do Cuidado: Movimento com raízes fortes no Brasil (teóricos como Paul Singer e Ladislau Dowbor). A economia solidária abrange cooperativas, associações e empreendimentos autogestionários, onde as decisões são democráticas e os interesses humanos prevalecem sobre o capital. Busca-se emancipação e bem-estar individual, comunitário, social e ambiental através da cooperação e da solidariedade. Já a economia do cuidado (destacada por feministas como Nancy Folbre e Silvia Federici) enfatiza o valor do trabalho de cuidado (criação de filhos, cuidado com idosos, saúde, educação, trabalho doméstico) – atividades vitais para a sociedade, porém ignoradas ou subvalorizadas nas métricas econômicas tradicionais. Incorporar a lógica do cuidado implica reconher que o bem-estar de pessoas e ecossistemas é a verdadeira riqueza, e não apenas a produção mercantil.
- Economia do Bem Comum: Modelo desenvolvido pelo austríaco Christian Felber, propondo que empresas e municípios adotem o Balanço do Bem Comum – uma matriz de indicadores éticos (dignidade humana, solidariedade, sustentabilidade ecológica, justiça social, participação democrática) em suas atividades. A ideia é medir sucesso empresarial não pelo lucro, mas pela contribuição ao bem comum da sociedade e do meio ambiente. Já existem centenas de empresas e algumas cidades (sobretudo na Europa) implementando essa avaliação, em busca de alinhar a economia aos valores humanos e ecológicos. Iniciativas como as Empresas B (certificação de B-Corps) também caminham nessa direção, exigindo desempenho socioambiental positivo e transparência, em contraste com o simples foco ESG tradicional.
- Visões ancestrais e do Sul Global: Em diversas culturas não ocidentais, há paradigmas econômicos baseados em interdependência e harmonia. Por exemplo, o princípio africano do Ubuntu – “eu sou porque nós somos” – aplicado à economia sugere priorizar o bem-estar comunitário sobre a acumulação individual. Essa ética de solidariedade e cuidado mútuo desafia o modelo de desenvolvimento orientado apenas ao ganho privado, clamando por um crescimento inclusivo que combata a pobreza e a desigualdade. No Butão e em tradições budistas, fala-se em Economia do Dharma ou economia budista (inspirada por E.F. Schumacher – “Small is Beautiful”), que valoriza a suficiência, a simplicidade voluntária e o cultivo do bem-estar interior, em vez do consumismo material. Todos esses paradigmas, apesar de distintas origens, convergem em inverter a lógica extrativista: a economia deve servir à vida, não o contrário.
Indicadores alternativos de bem-estar, felicidade coletiva e sustentabilidade
Para sair das métricas puramente financeiras (PIB, índices de mercado, EBITDA, etc.), muitas iniciativas criaram indicadores alternativos que medem o florescimento social, ambiental e até afetivo. Esses indicadores buscam captar aquilo que realmente importa para a qualidade de vida e a regeneração dos ecossistemas, muitas vezes ignorado pelas métricas convencionais:
- Felicidade Interna Bruta (FIB) – Butão: O Butão foi pioneiro ao adotar oficialmente, em 2008, a Felicidade Interna Bruta como meta de governo, no lugar do PIB. O índice de Felicidade Nacional Bruta butanês é calculado a partir de 9 domínios de bem-estar: desenvolvimento social/econômico equitativo, preservação cultural, proteção ambiental, boa governança, saúde, educação, bem-estar psicológico, uso equilibrado do tempo e vitalidade comunitária. Esses pilares refletem condições entendidas como essenciais à felicidade coletiva: desde padrões de vida e saúde até meio ambiente limpo e participação comunitária. A cada dois anos o Butão aplica extensas pesquisas para avaliar esses indicadores e orientar políticas – por exemplo, aumentando áreas florestais ou reduzindo jornada de trabalho conforme os resultados de bem-estar. A ideia de priorizar a felicidade inspirou outros países: Nova Zelândia, Escócia e Finlândia formaram em 2018 a aliança “Wellbeing Economy Governments” comprometendo-se a orçar e planejar com foco em bem-estar, não apenas crescimento econômico.
- Índice do Planeta Feliz (Happy Planet Index – HPI): Criado pela New Economics Foundation (Reino Unido), o HPI mede a eficiência com que cada país converte recursos naturais em vidas longas e felizes. Não é um ranking dos “países mais felizes” em si, mas sim do bem-estar sustentável. O índice combina: (a) satisfação de vida subjetiva da população, (b) expectativa de vida, e (c) pegada ecológica per capita. Em essência, pontua mais alto os países onde as pessoas vivem felizes e por muito tempo sem consumir além da conta dos recursos do planeta. Por exemplo, países latino-americanos como Costa Rica frequentemente lideram o HPI – indicando alta felicidade e longevidade com pegada ambiental moderada – enquanto nações ricas podem ter felicidade alta mas pegadas enormes (pontuação HPI menor). O HPI desafia a ideia de que mais consumo = mais bem-estar, mostrando casos onde menos pode ser mais em qualidade de vida.
- Indicador de Progresso Genuíno (GPI – Genuine Progress Indicator): É um indicador composto desenvolvido por economistas ecológicos para corrigir o PIB. O GPI ajusta a renda nacional contabilizando fatores que o PIB ignora: adiciona contribuições positivas (valor do trabalho doméstico e voluntário, por exemplo) e subtrai custos sociais e ambientais (poluição, destruição de florestas, crimes, desigualdade, estresse, etc.). Assim, se uma economia cresce às custas de poluir rios e gerar desigualdade, o GPI mostrará um progresso bem menor (ou até negativo) comparado ao PIB. Alguns governos regionais adotaram o GPI – por exemplo, os estados norte-americanos de Maryland e Vermont calculam o GPI para orientar políticas públicas. A adoção do GPI explicita que nem todo crescimento econômico é “bom”: é preciso avaliar a qualidade do crescimento.
- Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Desenvolvido pelo economista Amartya Sen e pela ONU em 1990, combina renda per capita mas também indicadores de educação e longevidade (saúde) para medir o desenvolvimento. É uma melhoria em relação ao PIB per capita puro, embora ainda limitado (não inclui meio ambiente nem desigualdade – embora existam versões ajustadas para desigualdade). Sen, Nobel de 1998, argumenta pela abordagem das capacitações humanas: o verdadeiro desenvolvimento expande liberdades e capacidades das pessoas (educação, saúde, participação), não apenas o tamanho da economia. O IDH tornou-se conhecido, influenciando países a melhorar escolas e hospitais para subir no ranking, evidenciando que riqueza material não basta sem investimentos sociais.
- Índice de Progresso Social (IPS – Social Progress Index): Desenvolvido por uma iniciativa chamada Social Progress Imperative (com apoio de Michael Porter), o IPS mede diretamente resultados sociais e ambientais, sem incluir variáveis econômicas. Abrange ~50 indicadores em três dimensões: Necessidades Humanas Básicas (alimentação, abrigo, segurança); Fundamentos do Bem-Estar (saúde, educação, qualidade ambiental); e Oportunidades (direitos pessoais, liberdade, inclusão, acesso à educação superior). Ao se concentrar no “sucesso social” de um país, o IPS complementa o PIB indicando, por exemplo, se o crescimento econômico está ou não se traduzindo em melhor qualidade de vida e justiça social. Cidades como Rio de Janeiro e países como o Paraguai já calcularam seus índices de progresso social para direcionar investimentos a áreas críticas (saneamento, violência, etc.).
- Outros indicadores de bem-estar: Há muitos outros: o Better Life Index (OCDE) permite comparar países em 11 tópicos de qualidade de vida (moradia, comunidade, meio ambiente, equilíbrio trabalho-lazer etc.), dando ênfase ao que cidadãos valorizam. O Índice de Bem-Estar Econômico Sustentável (IBES/ISEW) e a Pegada Ecológica (e sua contrapartida BioCapacidade) avaliam sustentabilidade ecológica do consumo. Índices de felicidade subjetiva, como o World Happiness Report (ONU) que rankeia países conforme pesquisas Gallup de satisfação e afetos positivos/negativos, trouxeram a felicidade para o debate de políticas. Muitos governos locais também inovam: por exemplo, a cidade de Santa Mônica (EUA) criou um índice de Bem-Estar Comunitário medindo saúde mental, pertencimento e segurança dos moradores para guiar decisões.
- Métricas corporativas além do ESG: No mundo empresarial e financeiro, há insatisfação com indicadores tradicionais de desempenho (lucro trimestral, ROI) que ignoram impactos sociais e ambientais de longo prazo. O movimento ESG (ambiental, social e governança) busca preencher essa lacuna, mas muitas vezes se resume a checklists superficiais. Alternativas mais transformadoras incluem: o B Impact Assessment (usado por empresas B) que gera um score de impacto positivo; o relato integrado que combina desempenho financeiro e não-financeiro; e metodologias de valorização do capital natural e capital social de empresas. Por exemplo, a iniciativa Impact-Weighted Accounts de Harvard tenta contabilizar em dólares os efeitos ambientais (poluição, emissões) e sociais (salários dignos, diversidade) nas demonstrações financeiras. Já a Economia do Bem Comum de Felber, citada acima, possui uma matriz de avaliação empresarial que resulta em um “balanço do bem comum” público, análogo a um balanço financeiro, mas medindo contribuição social/ecológica. Essas ferramentas ainda estão em evolução, mas apontam para um futuro onde investidores e gestores avaliem sucesso pelos benefícios gerados à sociedade e não apenas pelo retorno acionário.

Moedas sociais, bancos comunitários e novas formas de troca de valor
Outra frente prática de inovação está nas moedas sociais e economias locais solidárias, que criam circuitos alternativos de troca de valor focados no desenvolvimento comunitário em vez de especulação ou lucro externo. Tais iniciativas invertem a lógica extrativista do capital financeiro (que geralmente suga riqueza das periferias para centros financeiros), mantendo o valor circulando localmente e fortalecendo laços sociais:
- Bancos Comunitários e Moedas Sociais (Brasil): O Brasil é referência mundial nesse campo. O Banco Palmas, fundado em 1998 na periferia de Fortaleza (CE), foi o primeiro banco comunitário do país e criou a moeda social Palma. Essa moeda local só vale dentro do bairro Conjunto Palmeiras, incentivando moradores a produzir e consumir na própria comunidade. Com isso, o Banco Palmas reorganiza a economia local, formando uma rede de “prossumidores” que compram e vendem entre si, gerando emprego e renda para os mais pobres. A moeda social e o microcrédito solidário do Palmas mostraram-se mecanismos de empoderamento local, impulsionando atividades produtivas e melhorando as condições de vida da população vulnerável. Hoje há dezenas de bancos comunitários no Brasil (rede suportada pelo Instituto Banco Palmas), emitindo moedas sociais digitais (como a e-Dinheiro ou a moeda Mumbuca em Maricá-RJ) e operando sistemas de crédito solidário. Essas moedas comunitárias visam retomar o controle sobre os meios de troca, fortalecendo mercados locais, inclusive durante crises quando a moeda oficial escasseia.
- Moedas complementares ao redor do mundo: Existem mais de 5 mil moedas sociais/complementares em todo o planeta. Seus objetivos variam: algumas fortalecem economias locais urbanas – e.g. a Bristol Pound (Reino Unido) e o BerkShares (EUA) incentivam consumidores a comprar de negócios locais em vez de cadeias multinacionais. Outras promovem sustentabilidade ambiental – e.g. a moeda Eco-Pesa no Quênia dava créditos a quem reciclava lixo, ou programas de Créditos de carbono comunitários. Há moedas voltadas a reconhecer trabalho não remunerado: por exemplo, bancos de tempo (time banking) onde horas de serviço voluntário viram créditos que podem ser “gastos” com ajuda de outros. Inúmeras moedas nascem para incluir quem está fora do sistema financeiro: a Palmas nasceu num bairro sem acesso a bancos; no Japão, moedas comunitárias foram criadas para cuidados de idosos (créditos por ajudar um idoso que podem ser usados quando o voluntário envelhecer). Essa diversidade mostra a criatividade em redesenhar o dinheiro para servir às pessoas e ao planeta, em vez de servir à especulação.
- Caso Bangla-Pesa (Quênia): Um exemplo emblemático é a Bangla-Pesa, moeda social lançada em 2013 em uma favela de Mombaça, Quênia. Organizada pela ONG Koru-Kenya, a Bangla-Pesa formou uma rede de 200 microempreendedores locais (vendedores, costureiras, mototaxistas) que concordaram em aceitar a moeda como pagamento em suas lojas. Cada membro recebeu um crédito inicial em Bangla-Pesa, lastreado em sua capacidade produtiva (estoques/serviços), e podia trocar bens e serviços dentro da comunidade mesmo quando faltassem xelins quenianos. A moeda funcionou como amortecedor contra as flutuações da economia formal, permitindo às famílias obtenção de alimentos e itens básicos nos períodos de baixa renda. Apesar de sucesso inicial no incremento do comércio local, as autoridades quenianas reagiram fechando o projeto e prendendo os idealizadores sob acusação (equivocada) de falsificação monetária. Após esclarecimentos – ficou provado que era um voucher comunitário sem intenção de substituir a moeda nacional – a Bangla-Pesa foi liberada e retomada, demonstrando seu valor em elevar a renda e a resiliência econômica local. Esse caso ilustra tanto o poder transformador das moedas solidárias quanto o desafio institucional que enfrentam diante de estruturas financeiras tradicionais.
- Microcrédito e Finanças Solidárias: Outro pilar de novas economias de cuidado é o microcrédito orientado aos pobres, popularizado por Muhammad Yunus com o Grameen Bank em Bangladesh (Nobel da Paz 2006). O microcrédito concede pequenos empréstimos sem exigência de garantias tradicionais, confiando em mecanismos solidários de grupo, para fomentar empreendedorismo de subsistência. A lógica não é maximizar lucro bancário, mas impulsionar atividades produtivas e o desenvolvimento comunitário entre quem foi excluído pelos bancos convencionais. Hoje o microcrédito está difundido globalmente (inclusive no Brasil, via programas de bancos públicos e ONGs), embora haja críticas quando há cobrança de juros abusivos por algumas instituições comerciais. Modelos mais recentes de finanças solidárias incluem cooperativas de crédito locais, fundos comunitários rotativos e fintechs sociais que utilizam tecnologia para ampliar o acesso financeiro e medir impacto social (ex: plataformas de crowdlending solidário).
- Criptomoedas sociais e DeFi do bem-estar: Vale citar que até no campo de criptomoedas/blockchain surgem experimentações de moedas comunitárias digitais. Por exemplo, em 2021 a cidade de Maricá (Brasil) migrou sua moeda social Mumbuca para um sistema blockchain, aumentando transparência e alcance do seu programa de renda básica cidadã pago em Mumbucas. Na Venezuela, diante da crise do bolívar, comunidades criaram moedas locais digitais lastreadas em horas de trabalho. E projetos de DeFi (finanças descentralizadas) exploram “social tokens” para financiar ações socioambientais (embora a especulação nesse meio seja um risco real). A visão mais promissora é integrar tecnologias descentralizadas com os princípios das moedas sociais: garantir que a riqueza fique circulando entre quem produz, fortalecendo resiliência local e objetivos coletivos (alívio da pobreza, agricultura urbana, etc.), em vez de alimentar bolhas financeiras distantes.
Em suma, as moedas sociais e finanças solidárias oferecem provas de conceito de que é possível reorganizar o dinheiro e o crédito para servir à economia real e ao bem-estar comunitário. Enquanto o mercado financeiro convencional se dedica muitas vezes à especulação de curto prazo, essas iniciativas mostram caminhos de inclusão financeira, colaboração e valorização do que realmente tem valor social (trabalho, recursos locais, cuidado mútuo).
Iniciativas tecnológicas e métricas socioafetivas inovadoras
Além de indicadores compostos e moedas sociais, projetos inovadores têm utilizado tecnologia, sensores e dados para medir dimensões subjetivas ou coletivas de bem-estar – desde emoções e humor da população até engajamento social e vitalidade comunitária. Essas abordagens buscam quantificar aspectos afetivos, sociais e políticos do florescimento humano, superando a ênfase exclusiva em métricas ambientais ou econômicas. Alguns exemplos notáveis:
- Hedonometer (Hedonômetro): Uma ferramenta desenvolvida por cientistas da Universidade de Vermont (EUA) que mede, em tempo real, o nível de felicidade de grandes populações a partir das palavras usadas em redes sociais. O hedonômetro analisa diariamente milhões de tuítes (posts do Twitter) em vários idiomas, atribuindo pontuações de felicidade às palavras (ex.: “riso” tem pontuação alta, “guerra” pontuação baixa) e calculando um índice médio de humor coletivo. Ele captou, por exemplo, que 15 de abril de 2013 (atentado da Maratona de Boston) foi o dia mais triste em anos para os usuários de Twitter nos EUA. Em outras palavras, é um sensor social baseado em dados digitais: “um instrumento que mede a felicidade de grandes populações em tempo real, fundamentado nas expressões online das pessoas”. Essa tecnologia tem sido explorada para complementar indicadores tradicionais – governos e pesquisadores podem monitorar bem-estar subjetivo quase em tempo real e correlacionar com eventos (políticas públicas, pandemias, desastres naturais, etc.). Embora não substitua pesquisas presenciais, o hedonômetro inaugura uma nova fronteira ao tratar o estado de ânimo coletivo como algo mensurável e relevante para políticas (por exemplo, para avaliar o impacto psicológico de lockdowns ou de conquistas esportivas no humor nacional).
- Sensores de felicidade e bem-estar no trabalho: Empresas de tecnologia têm criado dispositivos para monitorar fatores afetivos entre colaboradores, visando melhorar a qualidade de vida organizacional e produtividade. A Hitachi no Japão desenvolveu um wearable sensor de felicidade coletiva – um crachá eletrônico que funcionários usam e que rastreia seus movimentos, interações (proximidade a colegas) e nível de atividade física. Com base nesses dados de movimento, algoritmos de IA da Hitachi quantificam um indicador chamado “nível de ativação da organização”, que se correlaciona com a felicidade coletiva do grupo. Estudos da empresa mostraram que padrões como grupos conversando animadamente durante as pausas elevam o índice, refletindo maior coesão e satisfação. Esse “happiness sensor” permitiu pela primeira vez medir em tempo real o efeito de políticas de gestão ou do ambiente físico na felicidade e vitalidade dos funcionários, algo antes acessível apenas via questionários esporádicos. A proposta é usar essa métrica para testar intervenções (mudanças no layout do escritório, novas pausas, rotinas de exercícios) e ver objetivamente se elas aumentam a felicidade – que, por sua vez, foi correlacionada a ganhos de produtividade. Embora levante questões de privacidade, é um exemplo de sensor afetivo-social aplicado.
- Plataformas de bem-estar e engajamento cívico: Em cidades inteligentes, sensores não servem só para trânsito e poluição; há iniciativas para sentir aspectos sociais. Por exemplo, apps de engajamento cidadão (como o Colab no Brasil) medem participação comunitária – quantas pessoas reportam problemas urbanos ou participam de decisões, gerando indicadores de envolvimento político local. Projetos pilotos em cidades europeias instalaram “termômetros da felicidade” em espaços públicos (telões ou totens onde cidadãos avaliam seu humor ou percepções da cidade naquele dia), para captar o clima emocional urbano. Até experiências artísticas, como a instalação “Cidade Emoji” (em São Paulo, 2014), exibiram em tempo real a valência emocional de postagens geolocalizadas na cidade, como uma espécie de hedonômetro municipal, tornando visível quando um bairro estava “feliz” ou “triste” ao longo do dia. Outro campo emergente é o uso de dados de saúde mental (por ex., nível de estresse a partir de frequência cardíaca média de wearables, ou volume de chamadas para serviços de apoio emocional) como indicadores do bem-estar social. Esses projetos ainda são experimentais, mas sinalizam que novas métricas sociais e afetivas podem complementar as tradicionais: uma prefeitura pode monitorar se a população está estressada ou confiante, assim como monitora desemprego ou inflação, tomando medidas proativas de cuidado (campanhas de lazer, fortalecimento comunitário, etc.).
- Indicadores de qualidade democrática e coesão social: Sob o guarda-chuva do bem-estar mais amplo, também existem métricas para saúde política e comunitária. Índices como o Índice de Capital Social ou Indicadores de Confiança avaliam níveis de confiança interpessoal, participação voluntária e redes de apoio – elementos que mostram a coesão e capital relacional de uma sociedade. O Better Life Index da OCDE, por exemplo, inclui “comunidade” (redes de amigos/familiares) e “engajamento cívico” (taxa de participação eleitoral) como indicadores-chave de qualidade de vida. Alguns pesquisadores propõem até sensores indiretos: por exemplo, medir pela internet a incidência de discurso de ódio vs. mensagens positivas, ou analisar expressões faciais médias captadas por câmeras urbanas (respeitando privacidade, de forma agregada) para inferir índices de satisfação urbana. Embora essas ideias ainda estejam amadurecendo, elas partem do reconhecimento de que bem-estar político e social (como confiança nas instituições, sentido de comunidade, ausência de violência) são parte integrante do florescimento e devem ser medidos. Iniciativas cidadãs, como orçamentos participativos e observatórios de direitos, também produzem relatórios qualitativos que podem ser vistos como “indicadores” do vigor democrático e da inclusão – uma espécie de PIB social.
Em resumo, a era do big data e da Internet das Coisas está abrindo possibilidades de metrificar dimensões intangíveis do bem-estar, da felicidade à coesão social. Isso traz potenciais benefícios (políticas mais responsivas às emoções e necessidades reais das pessoas) e desafios (ética de privacidade, risco de vigilância). Porém, quando usados para empoderar comunidades – e não para controle – esses sensores sociais podem enriquecer muito nossa compreensão de progresso, adicionando camadas afetivas e relacionais aos indicadores de desenvolvimento.
Modelos e experimentações econômicas na China desafiando a lógica financeira global
A China, segunda maior economia do mundo, tradicionalmente focou em metas duras de crescimento do PIB. Nos últimos anos, contudo, o país tem experimentado mudanças significativas em suas prioridades econômicas, com iniciativas que expandem a lógica financeira tradicional ao incorporar valores de bem-estar social e ecológico. Alguns destaques:
- Deslocamento do PIB para “Desenvolvimento de Alta Qualidade”: No plano quinquenal atual (14º Plano, 2021-2025), a China surpreendentemente abandonou a meta numérica de PIB – algo inédito em décadas – para enfatizar metas qualitativas. A diretriz agora é perseguir “desenvolvimento de alta qualidade”, o que inclui: inovação tecnológica, redução das desigualdades regionais (urbanas vs rurais), fortalecimento da rede de proteção social, melhoria de emprego, educação e saúde, e uma transformação verde da economia. Essa mudança reflete reconhecimento interno de que focar apenas em quantidade (taxa de crescimento) gerou problemas como endividamento excessivo, poluição severa e projetos inúteis. Economistas chineses vêm defendendo há tempos que metas de PIB acabavam criando incentivos perversos para governos locais (ex.: contrair dívidas enormes para construir obras supérfluas e inflar o PIB). Ao retirar a pressão do número do PIB, o governo central espera “mudar o jogo” – avaliar administradores locais por indicadores mais holísticos de prosperidade, sustentabilidade e bem-estar dos cidadãos. Essa inflexão se alinha ao slogan político da “Xiao Kang” (sociedade moderadamente próspera para todos) e da “Prosperidade Comum”, enfatizada pelo presidente Xi Jinping, que visa diminuir desigualdades e garantir que o crescimento beneficie as massas, não apenas uma elite (um contraste implícito à lógica neoliberal de maximizar valor para acionistas).
- Produto Ecosistêmico Bruto (GEP): A China inovou ao criar e implementar oficialmente o Gross Ecosystem Product (GEP) – em tradução, Produto Ecosistêmico Bruto ou Produto Bruto dos Ecossistemas. Trata-se de um indicador que calcula o valor econômico dos serviços ecossistêmicos produzidos por uma determinada região (como purificação de ar e água, sequestração de carbono, controle climático, polinização, beleza cênica para turismo, etc.). A motivação é dupla: reconhecer a contribuição da natureza para o bem-estar humano e incluir esse valor nos balanços econômicos que orientam decisões. Em 2020, o governo chinês adotou um padrão nacional para GEP e começou a integrar valores ecológicos no sistema oficial de contas. Até 2023, 15 governos locais chineses já tinham diretrizes para medir GEP e cerca de 200 projetos-piloto estavam em andamento. Por exemplo, na província de Zhejiang (pioneira), avaliações de desempenho de prefeitos e governadores passaram a considerar o GEP: reservas naturais ganharam valor monetário oficial (a Reserva Chengtian, por exemplo, foi avaliada em US$ 43 milhões pelo serviço ambiental que presta). Isso significa que preservar florestas e rios “conta pontos” para o governante, tanto quanto aumentar o PIB, invertendo incentivos tradicionais que levavam a destruir natureza em prol de obras. O GEP funciona como um “PIB Verde” aprimorado – a China havia tentado um cálculo de PIB Verde nos anos 2000, mas agora institucionaliza via GEP uma métrica específica para a saúde dos ecossistemas. Essa iniciativa chinesa tem atraído atenção mundial, podendo servir de modelo para outros países internalizarem o capital natural em suas contas nacionais.
- Civilização Ecológica e cidades sustentáveis: “Civilização Ecológica” é um conceito-guarda-chuva adotado na China, incorporado até na constituição do Partido Comunista, sinalizando a intenção de transicionar para um modelo de desenvolvimento harmonioso com a natureza. Embora por vezes criticado como retórico, ele tem gerado experimentos: por exemplo, cidades-piloto de civilização ecológica (como Shenzhen e Chengdu) que adotam planos urbanos de baixo carbono, transporte 100% elétrico, edifícios verdes e parques abundantes. Indicadores específicos são usados – p.ex., Índice de Progresso Ecológico avaliando qualidade do ar/água, cobertura verde per capita, eficiência energética – e os prefeitos dessas cidades são avaliados por esses critérios também, não apenas por crescimento industrial. A província de Guizhou criou um fundo de compensação ecológica: municípios que preservam suas florestas recebem pagamentos do governo provincial, reconhecendo seu serviço ambiental (na linha de pagamento por serviços ecossistêmicos). Isso representa um esforço de realinhar finanças públicas para premiar conservação em vez de destruição ambiental.
- Experimentos de bem-estar social: No campo social, a China historicamente priorizou crescimento econômico e tirou 800 milhões da pobreza extrema. Agora, o discurso de Prosperidade Comum traz objetivos de redução da desigualdade e provisão de serviços universais (educação, saúde, moradia acessível). Indicadores como o coeficiente de Gini (desigualdade de renda) tornaram-se politicamente relevantes – após anos de aumento, reduzir o Gini é uma meta implícita. Programas-piloto de renda básica universal ocorreram localmente (embora pequenos). Além disso, algumas cidades chinesas testam índices de qualidade de vida urbana: Hangzhou desenvolveu um índice de Felicidade dos Cidadãos baseado em pesquisas de satisfação com vida na cidade, influenciando planejamentos (Hangzhou orgulha-se de frequentar o topo de rankings de felicidade na China). Shenzhen introduziu um Índice de Inovação Social para medir vitalidade criativa e participação pública, como parte de seu esforço de desenvolvimento qualitativo. Até na educação, há casos como Xangai mensurando “qualidade de vida escolar” com indicadores de bem-estar estudantil, que informam reformas na carga horária para reduzir estresse dos alunos.
- Tecnologia financeira a serviço de métricas sociais: A China também explora sistemas de dados massivos – embora este exemplo seja controverso: o Sistema de Crédito Social. Originalmente proposto como forma de medir confiança e integridade de empresas e cidadãos (com pilares como histórico de pagamentos, cumprimento de leis, etc.), ganhou muita atenção externa como possível ferramenta de vigilância. Sob a ótica de métricas não financeiras, ele é uma tentativa de atribuir um “valor” à conduta social e corporativa, punindo comportamentos anti-sociais (como fraude, poluição corporativa) com restrições de crédito e benefícios a quem tem boa pontuação. Contudo, pelas preocupações de liberdades, não é exatamente um modelo admirado de “florescimento”. Ainda assim, ilustra como governos estão quantificando dimensões políticas e éticas do comportamento – um mau uso poderia reforçar controle autoritário, mas um bom uso (em democracias) poderia ser, por exemplo, pontuar positivamente empresas que contribuem para comunidades e negativamente as que exploram trabalho infantil, integrando isso em um “índice de cidadania corporativa”.
Em resumo, a China vem introduzindo critérios de valor que vão além do dinheiro, especialmente no que tange a capital natural e metas sociais qualitativas. O case chinês é interessante: ao mesmo tempo que permanece uma economia de mercado (com bolsa de valores e empresas estatais lucrativas), o Estado está calibrando indicadores e incentivos para orientar a máquina econômica rumo a objetivos de longo prazo e interesse coletivo. Integrar métricas de vida, cuidado e regeneração nos planejamentos – seja via GEP ecológico, seja via abandono de metas rígidas de PIB – pode sinalizar uma inflexão importante na economia global, dado o peso da China. Se bem-sucedido, esse reposicionamento chinês pode influenciar outros países a seguirem caminho similar, substituindo a lógica financeirizada por uma lógica de sobrevivência planetária e bem-estar humano.
Conclusão
As iniciativas e teorias apresentadas indicam uma tendência convergente: um chamado para redefinir valor econômico em termos mais amplos e humanos. Seja pelos escritos de economistas visionários, pelos índices nacionais de felicidade, pelas moedas comunitárias em favelas ou pelas políticas de uma potência como a China, a mensagem subjacente é semelhante: os indicadores financeiros tradicionais não dão conta de medir o que realmente importa – a saúde das pessoas, das comunidades e do planeta.
Em resposta, proliferam novas métricas e modelos que invertem a lógica extrativista, competitiva e especulativa do capital, substituindo-a por uma lógica de regeneração, cooperação e cuidado. Nessas abordagens, riqueza não é acumular cifras, mas sim assegurar que todos tenham uma boa vida (Buen Vivir, Ubuntu, bem-estar sustentável) agora e no futuro. O sucesso deixa de ser avaliado pelo movimento de ações na bolsa ou pelo lucro trimestral, passando a ser medido pelo aumento da felicidade coletiva, pela restauração de ecossistemas, pela redução das desigualdades e fortalecimento de laços sociais.
Embora desafios existam – padronizar e implantar essas métricas, ganhar adesão política, evitar a captura por interesses – o avanço dessas iniciativas pelo mundo todo, inclusive no Sul Global, mostra uma busca por paradigmas econômicos mais sábios e compassivos. Como disse certa vez Robert F. Kennedy, o PIB mede tudo “exceto o que torna a vida digna de ser vivida”. Os exemplos acima são passos concretos para finalmente medir (e valorizar) aquilo que torna a vida digna e sustentável – nossa capacidade de florescer juntos em um planeta vivo.
Fontes e Referências:
- Acosta, Alberto; Gudynas, Eduardo et al. – Buen Vivir e críticas ao desenvolvimento[2][3].
- Daly, Herman – Crítica à economia de crescimento e visão da economia ecológica[1].
- Raworth, Kate – Doughnut Economics (Economia Donut) e fundamentos de necessidades sociais vs. limites planetários[4].
- Ubuntu e valor africano de solidariedade econômica – ênfase no bem comum sobre a acumulação privada[10].
- Exemplo do Banco Palmas e moeda social no Brasil – impacto no empoderamento local e bem-estar comunitário[22][23].
- Redes globais de moedas sociais – contexto de milhares de iniciativas devolvendo controle monetário aos cidadãos[24][27].
- Caso Bangla-Pesa (Quênia) – moeda complementar aumentando comércio local e enfrentando resistência inicial[25][26].
- Felicidade Interna Bruta no Butão – pilares e indicadores de felicidade coletiva institucionalizados[11][12].
- Happy Planet Index – conceito de bem-estar sustentável (felicidade + longevidade vs. pegada ecológica)[13].
- Gross Ecosystem Product (Produto Ecosistêmico Bruto) – métrica inovadora da China valorizando serviços ecossistêmicos e influenciando avaliações de governança[21].
- Mudança de rumo na China (14º Plano Quinquenal) – foco em desenvolvimento qualitativo, metas sociais e ambientais em vez de PIB[44].
- Ferramentas tecnológicas de medição de bem-estar: Hedonometer medindo humor via mídias sociais[37]; sensor Hitachi quantificando felicidade coletiva organizacional[38][39].
- Wärtsilä Insights – “Going beyond GDP: China targets a new path…” – discussão sobre a estratégia chinesa de ir além do PIB[44].
- Relatórios e bases de dados da Social Progress Imperative – estrutura do Índice de Progresso Social e sua motivação de complementar o PIB[49].
- Publicações do New Economics Foundation – sobre Happy Planet Index e alternativas como GPI.
- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – Better Life Index (dados comparativos de bem-estar).
- ONU – Relatórios mundiais de felicidade e desenvolvimento humano (World Happiness Report; IDH).
- Diversos artigos e estudos de caso em economia solidária, moedas complementares e inovação social citados ao longo do texto.
[1] Herman Daly, father of ecological economics
https://www.adbusters.org/full-articles/herman-daly-father-of-ecological-economics
[2] [3] [17] [18] El Buen Vivir, una oportunidad por construir (Alberto Acosta) – economiasolidaria.org
[4] [5] [6] Doughnut economics: Consumption that doesn’t deplete natural resources
https://www.santander.com/en/stories/doughnut-economy
[7] [8] [22] [23] [32] [33] SciELO Brasil – Banco Palmas: inclusão e desenvolvimento local Banco Palmas: inclusão e desenvolvimento local
https://www.scielo.br/j/inter/a/R4GKj3p5vTctvpJ73sN9fGJ/?lang=pt
[9] Economy for the Common Good – Active Sustainability
https://www.activesustainability.com/sustainable-development/economy-for-the-common-good/
[10] My Module
https://theafricanfederation.org/my_learning_module/ubuntu/?page=2
[11] [12] Felicidade pode substituir o PIB como medida da economia | Exame
https://exame.com/economia/felicidade-pode-substituir-o-pib-como-medida-da-economia/
[13] Happy Planet Index – Wikipédia, a enciclopédia livre
https://pt.wikipedia.org/wiki/Happy_Planet_Index
[14] Genuine Progress Indicator – Gross National Happiness USA
[15] Primeira mão – Índice da Humanidade: nova abordagem na https://www.forbespt.com/indice-da-humanidade-nova-abordagem-na-avaliacao-do-desenvolvimento-humano/
[16] Maryland Genuine Progress Indicator
https://dnr.maryland.gov/mdgpi/Pages/default.aspx
[19] Social Progress Index – Institute For Strategy And Competitiveness
https://www.isc.hbs.edu/research-areas/Pages/social-progress-index.aspx
[20] Mission | Social Progress Imperative
https://www.socialprogress.org/mission
[21] [47] [48] Gross ecosystem product – Wikipedia
https://en.wikipedia.org/wiki/Gross_ecosystem_product
[24] [27] [28] [29] Quênia proíbe moeda social e detém seus idealizadores · Global Voices em Português
[25] [26] [30] [31] How the Bangla-Pesa tapped the Value of an Informal Community | Heinrich Böll Stiftung
https://www.boell.de/en/2016/01/25/how-bangla-pesa-tapped-value-informal-community
[34] [35] [36] “Hedonômetro” mede felicidade dos usuários do Twitter | Exame
https://exame.com/tecnologia/hedonometro-mede-felicidade-dos-usuarios-do-twitter/
[37] Hedonometer
[38] [39] [40] [41] [42] News Releases : February 9, 2015 : Hitachi Global
https://www.hitachi.com/New/cnews/month/2015/02/150209.html
[43] [44] [45] [46] Going beyond GDP: China targets a new path to growth
https://www.wartsila.com/insights/article/going-beyond-gdp-china-targets-a-new-path-to-growth
[49] Methodology social progress index