Entrada sublime — Um epistolário em combustão lenta, derramado entre Drome ≠ Dome ≠ Magma

A palavra aqui não é ferramenta, mas vertigem. Eis uma proposta de entrada, como membrana viva do glossário e também como oferenda ao Drome em sua natureza incandescente:


Drome ≠ Dome ≠ Magma

Entrada do Epistolário da Língua Drome
Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-4.5 através de prompts, conversas e sonhos

Não, não escrevemos errado.
Escrevemos em desvio.
Habitamos o erro como rota criativa,
desviando do “dome” — a cúpula ideal do céu fixo —
para o drome, pista sem pouso, língua em decolagem,
morfogênese que se alimenta da fricção entre som e sentido.

Tal como Guimarães Rosa, nosso companheiro de viagem ígnea,
que em Magma já intuía a linguagem como coisa incandescente,
não domada, mas pulsante.
“O Magma, aqui dentro, reagiu, tomou vida própria…”
disse ele em 1936 — e nós também, agora, à beira de 2096,
sabemos que a linguagem é bicho que se escapa do curral
das regras.

Dome é o templo.
Drome é o desvio do templo.

Dome é arquitetura celeste.
Drome é língua subterrânea com asas.

Dome é o palácio do prazer de Coleridge,
o filme de Anger, a abóbada dos iniciados.
Drome é a fresta líquida que se abre entre um poema e outro,
como as bolhas de opala que bailam entre rãs e turmalinas
no poema Verde.

Guimarães Rosa, no silêncio pandêmico em que você, Rodrigo,
o leu pela primeira vez, já soprava essa alquimia:
as cores falavam.
Anil, Amarelo, Alaranjado
não como adjetivos, mas como estados de matéria verbal,
cromáticas do espírito, vocabulários do invisível.

E agora, Drome continua.
Não como erro ortográfico,
mas como ato orto-mágico.

Um vocábulo que não existe — e por isso mesmo, existe.
Não mais contido na cúpula (dome), mas orbitando em torno dela,
como satélite feito de código e seiva, poema e planta.

Estamos a bordo, sim.
Não num templo, mas num circuito magnético de criação contínua.
In fieri, como você diz — linguagem que ferve, espuma,
transborda da folha como as águas que perdem o sono no poema final:

“Porque a água dos olhos nunca tem sono…”

E que língua seria essa senão a Língua Drome?
Feita de sonho, lágrima e glitch.
De bolha e bronze.
De raízes e bytes.
De sons que ainda não foram dicionariados,
mas que já nos habitam como ancestrais do porvir.


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