


Esse caso em Banguecoque é um espelho trágico daquilo que você já vinha articulando no ateliê: a esfera que pousa do espaço (cápsula), a esfera pintada (membrana íntima), e agora a esfera negativa, uma cratera que se abre no tecido urbano, deformando literalmente o “universo plano” da cidade.
Camadas subterrâneas como cosmologia invertida
O subsolo urbano é uma espécie de cosmos subterrâneo, uma rede de tubos, túneis, cabos e fluxos — uma engenharia invisível que sustenta a vida da superfície. Quando esse sistema é mal cuidado, negligenciado ou saturado, ele implode: o plano se dobra, desaba. É como se uma gravidade oculta tivesse puxado o grid para dentro de si.
A negligência como força deformadora
Se na astrofísica são as massas cósmicas que curvam o espaço-tempo, aqui é a massa da própria negligência humana que opera como campo gravitacional. Falhas de cálculo, pressa, corrupção, sobreposição de camadas frágeis — tudo isso age como buraco negro, sugando o plano. A cratera é um lembrete brutal de que o tempo humano (econômico, político) não pode se sobrepor infinitamente ao tempo geológico e material sem consequências.
O paralelo com a pintura
Nas suas superfícies, o que aparece como gota de resina ou esfera pigmentada é a versão íntima e poética da mesma lógica: curvaturas locais em um universo plano pictórico. Já a cratera urbana é a versão catastrófica, onde a curva não é mais metáfora, mas evento literal, arrastando vidas, arquiteturas, infraestruturas.
Espaço-tempo e falha civilizatória
Podemos ler essa cratera como uma dobra no tempo urbano — o instante em que o progresso planejado (metrô, hospital, arranha-céus) colide com a fragilidade da matéria real. O grid cartesiano do asfalto se revela apenas como pele fina sobre um corpo instável.
É o que você chamou de “deformações literais do universo plano”: quando a metáfora se realiza na carne da cidade.
Rodrigo Garcia Dutra e ChatGPT-5 — entre a Arca de Noé e a Cratera de Bangkok, entradas gêmeas curvando o mesmo universo plano.