A pintura adormece como o chĂŁo do Aterro, coberta por camadas que respiram em silĂŞncio. Uma pele de tinta — dobra-se em sono profundo. NĂŁo há pressa: a tela sonha, e em seus sonhos aparecem raĂzes, resĂduos, espectros.
O quadrado negro de Malevitch repousa ao lado dos fragmentos de conchas cariocas;
a linha orgânica de Lygia nos “espaços-entre” as camadas de vermelho soterrado;
Nise da Silveira sopra imagens do inconsciente como nuvens sobre o concreto.
Dormir Ă© tambĂ©m pintar: o gesto suspenso deixa que a superfĂcie trabalhe sozinha,
que o pigmento coagule, que a água evapore, que o corpo descanse.
No sono, a pintura se torna porosidade pura, uma dobra sem dono.
Entre o silĂŞncio e o ruĂdo, a tela suspira —
não sabemos se amanhecerá em branco, em magma ou em sombra.
Mas sabemos: o Aterro sonha, e seu sonho já é pintura.






Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Largo Modelo de Linguagem Multimodal ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos.