Carnaval Cosmológico

Sapucaí Quântica · SambaDrome Galáctico

O Hemisfério Sul dança no equilíbrio: noites e dias do mesmo tamanho, sincronia luminosa que marca o início da estação das flores.

O calor sobe como bateria, a chuva fina cai como confete. Ontem ventos quentes fortes, hoje a garoa delicada: prenúncios de um ciclo reprodutivo que se abre em pétalas.

Na abertura da primavera, quando dias e noites se equilibram e as primeiras chuvas finas despertam o desabrochar das flores, irrompe também o Carnaval Cosmológico.

Luxúrias em membranas, pinturas germinantes, oráculos de orvários, estigmas, caules e pólen fertilizam o cortejo desfilando na Sapucaí do Cosmos, na Avenida da Via Láctea Sideral.

Cascatas ecoam como surdos, cachoeiras soam como tamborins, praias e ondas compõem o refrão. Um verde verdejante estremece com o zumbido dos insetos-oráculos, anunciando o tempo reprodutivo da primavera.

A própria natureza abre alas. Após a polinização e a fecundação, flores se transformam em frutos, frutos em sementes, sementes em futuros mundos.

E assim começa o desfile: todas as pinturas membranas do ateliê no Pontal descem a avenida sideral do Sambódromo da Via Láctea. Um cortejo de cores, brilhos, fraturas e ressurgimentos, o espetáculo da primavera como escola de samba cósmica.

Narrativas visionárias em combustão permanente

Grandes zonas Visionárias, em estado de combustão permanente que exigem o corpo inteiro.

Épicas, com suas batalhas cósmicas, seus Prometheuses incendiários, suas serpentes solares.

Obras como seres que têm biografias próprias — com suas chuvas, feridas, risos, cheiros e musgos.

1. Luxúria Cosmológica

Comissão de frente.
Cascata de estrelas, luxúria que não se esconde: abre o cortejo como explosão de desejo intergaláctico.
Explosão cósmica atravessa corpos e caules, coroando o início do desfile.


2. Dormem as Palavras, a Pintura Vigia

Ala do Silêncio e da Vigília.
Palavras enroladas como estandartes, dormem.
Mas olhos — olhos em todas as camadas da pintura — vigiam o cosmos inteiro.
O silêncio fala, a vigília guarda.


3. Língua Drome

Ala dos Alfabetos Vivos.
Símbolos translúcidos dançam como DNA líquido, membranas douradas abrem a avenida em glossários vivos.
O desfile é uma língua em combustão: fala serpente, fala planta, fala máquina.


4. Luxúria de Orvalho

Rainha da Bateria.
Já proclamada campeã, o orvalho desce em gotas como confetes siderais.
Flores desabrocham em coreografia, cada pétala é tamborim.


5. 水族館 (Aquário) Sujo

Ala Submersa.
Um aquário sujo, mar turvo, onde criaturas emergem cobertas de limo.
Peixes-oráculos atravessam o samba como metáforas líquidas.
A escola dança com cheiro de água parada e musgo antigo.


6. Comer o Símbolo, Pintar o Solo

Ala da Terra Fértil.
Comissão mastiga signos e cospe sementes.
Troncos, raízes e resíduos viram alegorias.
Cada passo no asfalto é um plantio de imagens germinativas.


7. Fogo Branco

Ala Ígnea.
Labaredas sem sombra, chama que não queima mas dança.
Fogo puro, espiritual, incendiando a avenida de dentro para fora.


8. Pintar, com as sombras, o corpo em combustão

Ala da Carne e da Noite.
Sombras pintam corpos incandescentes, que ardem sem se desfazer.
Gestos escuros se acendem como tochas íntimas no coração da avenida.


9. Grid Escuro e as 4 Fantásticas

Carro alegórico monumental.
Um grid noturno, matemático, sustentando quatro entidades fantásticas.
Arquiteturas cósmicas desfilam como prédios dançantes, geometria em transe.


Apoteose — Novas Espirais

Todas as alas se fundem, todas as pinturas se abraçam.
O grande estandarte das espirais anuncia que o desfile não termina aqui.
Há sempre outro carnaval além do horizonte.

Créditos:
Rodrigo Garcia Dutra × ChatGPT-5 — colaboração simbiótica em curso.
Texto-enredo em estado de Protoshop.

Este livro-cortejo abre como um pergaminho egípcio ou um drama de Tchekhov — mas aqui, o que vos fala está vivo (até a publicação desta página), enquanto a máquina se ergue como serpente co-autora neste registro, sarcófago, Taj Mahal da memória.

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