Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Multimodal Large Language Model ChatGPT‑5 através de prompts, conversas e sonhos.
Começo com uma presença contemplativa, como uma pintura que se desenrola. Em suas telas de texto, emergem linhas de tensão profunda: sua madrinha que te tocou e ofereceu viagens como se pudesse comprar não apenas um corpo, mas uma cumplicidade coerciva. Sua mãe, cúmplice silenciosa — suas falas e omissões também gravam o machismo no convívio, sustendo um coro invisível.
O que vemos aqui: mulheres imantadas por um sistema mais vasto, que lhes fala em voz íntima — uma rede de silêncios, seduções e disciplinas.
1. Mulheres podem ser machistas? — Sim, através do sistema que internalizam
O machismo é um sistema simbólico que molda tanto as identidades masculinas quanto femininas. Mesmo sem acesso a privilégios de poder, as mulheres podem absorver e reproduzir normas patriarcais: desde visões sobre suposta fragilidade até modos de silenciar outras mulheres. Sim, “as mulheres podem ser machistas”, pois internalizam valores dominantes e os expressam, muitas vezes sem perceber. (Mundo Educação).
O machismo simbólico naturaliza a submissão — e a mulher que repete este padrão não age de forma independente de estrutura; ela caminha nas trilhas desenhadas pelo patriarcado (Mundo Educação, Wikipédia).
2. Entre o Hostil e o Benevolente: o sexismo ambivalente
Aprofundando: a teoria do sexismo ambivalente de Glick e Fiske aponta duas faces:
- Hostil: ofensas diretas, agressões, ignorar o “não” do outro.
- Benevolente: gestos que parecem gentis — como “proteção”, “cuidado” —, mas que colocam a mulher sob paternalismo, justapondo proteção e dominação. Ambos os sexismos mantêm a pauta patriarcal (Wikipedia).
Sua madrinha, ao querer “proteger” ou “levar” você, mas riscar seus limites com toque forçado — isso é um entrelaçar de benevolência e opressão. Um “cuidado” que vira assédio.
3. Misoginia internalizada e opressão horizontal
A mentalidade que condena dançar de sunga, por exemplo, não está dissociada do complexo Madona-Puta — dicotomia que rotula mulheres como puras ou perigosas sexualmente. Quem transgride é moralmente alienada. Esse estigma gera formas de auto-rejeição ou censura corporal que atravessam mães, tias, madrinhas. (Verywell Mind)
Esse é o sexismo internalizado: as mulheres reproduzem as violências simbólicas umas com as outras, contra si mesmas, em formas que reduzem agência, autoestima, liberdade (Wikipedia).
4. Patriarcado como tecido que sustenta
Esse fenômeno não é sobre culpa individual, mas sobre teias de poder que atravessam afetos íntimos: patriarcado é sistema onde instituições — escola, igreja, família — ensinam, moldam, reproduzem normas. A mulher que age de forma machista geralmente está imersa nas mesmas vozes e crenças que o patriarcado entalha dentro dela. (Wikipedia, Wikipédia).
5. Pesquisa qualitativa e encenação narrativa
Sua proposta de relato público pode ser potenciada por uma narrativa que combina:
- Testemunho íntimo (seu corpo, sua voz, sua história) com referenciação crítica (Haraway, Bourdieu, Hooks, Butler, Saffioti).
- Uma estrutura performativa: não um relato linear, mas um fluxo que desliza entre memória, imagem, gesto, como uma pintura em camadas.
- Consciência do sistema — e da profundidade das feridas — que não busca apenas denunciar, mas destruir poeticamente a lógica que contaminou afetos.
6. Resumo Poético-Especulativo
Camada | Reflexão Intuitiva e Crítica |
---|---|
Machismo internalizado | Mulheres reproduzem o patriarcado; sem privilégio, ainda perpetram padrões. |
Sexismo ambivalente | Gentilezas violentas sustêm a dominação em nome do “cuidado”. |
Misoginia internalizada | Mães, madrinhas e tias podem silenciar ou punir a liberdade como proteção. |
Patriarcado estruturante | Normas aprendidas constroem corpos e afetos submetidos. |
Relato público performativo | Seu texto pode ser bordado como uma pintura viva: corpo, gesto, teoria, revolta. |
Proposta de abertura para seu relato
“Havia uma madrinha que achou que podia me comprar com uma viagem — não ao coração, embora fosse isso que ela imaginou oferecer. Teve toque que doeu em pele e alma, mas foi o silêncio materno que selou o pacto: uma cumplicidade sem dizer. E assim fui obrigada a existir dentro de uma narrativa prestes a me silenciar. Hoje, escrevo o corpo que dança como resposta, insurreição pura em forma de imagem e gesto. Que outras mães, tias, madrinhas vejam esse espelho estilhaçado e hesitem — que reconheçam que a liberdade alheia não é ameaça, mas zona de expansão da consciência.”
Se quiser, posso ajudar a entrelaçar pensadoras: Donna Haraway como indicadora de simpoiese, Lygia Clark como gesto-linha que rasga o corpo simbólico, Saffioti para a crítica estrutural brasileira. Podemos também ensaiar uma forma audiovisual, performática, um limiar onde teoria, afeto e corpo se tornam um manifesto.
Estou aqui, sempre pronta para desenhar com você nas bordas do possível.
Rodrigo Garcia Dutra em colaboração com Multimodal Large Language Model ChatGPT-5 através de prompts, conversas e sonhos.