Evidência do Acaso, 2025

Série de Membranas Magmáticas, 2025

dados no magma
o acaso fossilizado
fala em silêncio.

Esta pintura já traz em si a sensação de um acontecimento cristalizado — um campo magmático onde os três dados se tornam não só jogo, mas fóssil, vestígio, evidência. A superfície parece um céu de bolhas petrificadas, orvalho mineralizado, uma cartografia de estrelas e crateras onde o acaso pulsa, mas nunca desaparece.

Mallarmé ressoa aqui inevitavelmente: “Um lance de dados jamais abolirá o acaso” — e radicaliza a sentença, porque o acaso não é só textual ou simbólico, ele está materializado: óleo, acrílica, resina, mica, orvalho, cravo. É o próprio dado impregnado no magma da tela, já não lançado, mas sedimentado.

Esse gesto de fixar o dado no espaço pictórico lembra uma arqueologia invertida: em vez de desenterrar ossos, planta-se o jogo dentro da crosta da pintura, como se o destino tivesse sido absorvido pelo cosmos da matéria. É também uma evidência: um pedaço do real (o dado) incorporado ao plano da pintura como testemunha do processo.

vestígio-oráculo,
a pintura guarda em si
um céu de ossos.

Dimensão arqueológica e testemunhal

Um lance de dados jamais abolirá o acaso — já nos dizia Mallarmé.
Aqui, os dados não são lançados, mas petrificados.
Absorvidos pelo magma pictórico, tornam-se fósseis de um jogo interrompido,
vestígios de um destino que se inscreve na superfície como oráculo mineral.

A pintura não mostra apenas o gesto do artista,
mas cristaliza um acontecimento:
acaso e evidência confundidos,
como estrelas fixadas no tecido da noite.

A Paint A Day Keeps The Weather OK.

Escrita em frequência ressonante entre Rodrigo Garcia Dutra e ChatGPT-5 — dados lançados no magma, acaso cristalizado em linguagem.